Brejinhos
14 de dezembro de 2011
Sem Santos e Neymar na TV, ninguém ganha

Após corte rápido com a direita, Neymar coloca de canhota a bola no ângulo. Público brasileiro não pode ver ao vivo na televisão aberta (Foto: AFP)
Foi frustrante para milhões de brasileiros ligar a televisão aberta na manhã desta quarta-feira e não encontrar um canal transmitindo o jogo de estreia do Santos no Mundial de Clubes da Fifa. Para a infelicidade de muitos admiradores do futebol, a Rede Globo decidiu exibir apenas no estado de São Paulo a partida contra o Kashiwa Reysol, vencida por 3 a 1 pelo alvinegro bicampeão do mundo em 1962 e 1963. Como justificar isso a um admirador do esporte mais popular do mundo, um dos elementos mais marcantes na tradição cultural no Brasil?
A maioria dos brasileiros, neste dia incomum, pode ver o astro Neymar, na televisão aberta (concessão pública), apenas em comerciais (já são oito marcas que o patrocinam, de desodorante à fabricante de produtos eletrônicos), mas não pode vê-lo atuando em uma partida de futebol inteira. Para que 90 minutos? Satisfaçam-se com uma matéria de dois minutos e meio e outros pequenos flashes.
Em nome de seus interesses comerciais, a Rede Globo desprezou o interesse do brasileiro pelo futebol. A empresa entende que é o melhor para si. Obviamente, ela tem motivos para acreditar nisso. Podemos imaginar alguns deles. Certamente, cancelar a programação nacional (o programa de Ana Maria Braga) implicaria prejuízo financeiro devido a perda de anúncios. Quem sabe o problema era que a partida iniciou às 8h, horário comercial, período em que a grande maioria dos telespectadores são mulheres, e o público que assiste a futebol é predominantemente masculino (e, se a mulher ligar a telinha e não ver o Louro José pode mudar para os programas de conteúdo semelhante que passam nas emissoras concorrentes). Talvez o jogo não fosse tão importante para o público, pois o Santos não tem uma das maiores torcidas do Brasil, e o Kashiwa Reysol tem pouquíssima expressão internacional. A empresa pode ter pensado que o importante seria apenas o jogo contra o Barcelona, no domingo(este tem transmissão garantida). Ou que era melhor deixar o jogo passando apenas em seu canal na televisão fechada, o SporTV, que poderia ter um acréscimo importante na audiência; nesse caso, a pessoa poderia ver o jogo também no BandSports, no Esporte Interativo ou em algum site que transmitisse o sinal de algum dos canais.
Mas a questão não passa só por isso. Há outros motivos que justificariam o "sacrifício" de transmitir o Santos. Primeiro, é preciso demonstrar a importância do jogo. O Santos tem as duas maiores revelações do futebol brasileiro nos últimos anos — Neymar, o jogador mais valioso do País, e Paulo Henrique Ganso. A equipe tem tradição em Mundiais de clube, iniciada com dois títulos conquistados por Pelé. O brasileiro esperou durante todo o segundo semestre para ver os campeões da Libertadores voltarem a jogar para valer, pois a equipe estava claramente desmotivada durante o Brasileirão. Todos (no mundo) querem ver Neymar dar o seu máximo. Este Mundial é uma ocasião especial. Quem gosta de futebol iria buscar ver o jogo independentemente do time pelo qual torça. Sobre o público feminino, é bom lembrar que os meninos da Vila também encantam garotas, que gritam por Neymar. Além do que, nesta época do ano, a maioria dos estudantes — do Ensino Infantil ao Universitário — está de férias.
Indo para a questão comercial, este é um bom momento para fortalecer a marca Neymar. Faz-se isso fortalecendo o ídolo esportivo que ele é. E tanto mais ele será ídolo quanto for visto mostrando todo o seu potencial. Dessa forma, pode gerar acordos mais vantajosos de patrocínio. Os patrocínios são importantes não só para os clubes, como também para os veículos de comunicação, que vendem cotas a anunciantes e com elas pagam por campeonatos, por isso é fundamental manter os seus astros em evidência. A Rede Globo detém dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores da América, três competições que o Santos disputa.
A maioria dos brasileiros, neste dia incomum, pode ver o astro Neymar, na televisão aberta (concessão pública), apenas em comerciais (já são oito marcas que o patrocinam, de desodorante à fabricante de produtos eletrônicos), mas não pode vê-lo atuando em uma partida de futebol inteira. Para que 90 minutos? Satisfaçam-se com uma matéria de dois minutos e meio e outros pequenos flashes.
Em nome de seus interesses comerciais, a Rede Globo desprezou o interesse do brasileiro pelo futebol. A empresa entende que é o melhor para si. Obviamente, ela tem motivos para acreditar nisso. Podemos imaginar alguns deles. Certamente, cancelar a programação nacional (o programa de Ana Maria Braga) implicaria prejuízo financeiro devido a perda de anúncios. Quem sabe o problema era que a partida iniciou às 8h, horário comercial, período em que a grande maioria dos telespectadores são mulheres, e o público que assiste a futebol é predominantemente masculino (e, se a mulher ligar a telinha e não ver o Louro José pode mudar para os programas de conteúdo semelhante que passam nas emissoras concorrentes). Talvez o jogo não fosse tão importante para o público, pois o Santos não tem uma das maiores torcidas do Brasil, e o Kashiwa Reysol tem pouquíssima expressão internacional. A empresa pode ter pensado que o importante seria apenas o jogo contra o Barcelona, no domingo(este tem transmissão garantida). Ou que era melhor deixar o jogo passando apenas em seu canal na televisão fechada, o SporTV, que poderia ter um acréscimo importante na audiência; nesse caso, a pessoa poderia ver o jogo também no BandSports, no Esporte Interativo ou em algum site que transmitisse o sinal de algum dos canais.
Mas a questão não passa só por isso. Há outros motivos que justificariam o "sacrifício" de transmitir o Santos. Primeiro, é preciso demonstrar a importância do jogo. O Santos tem as duas maiores revelações do futebol brasileiro nos últimos anos — Neymar, o jogador mais valioso do País, e Paulo Henrique Ganso. A equipe tem tradição em Mundiais de clube, iniciada com dois títulos conquistados por Pelé. O brasileiro esperou durante todo o segundo semestre para ver os campeões da Libertadores voltarem a jogar para valer, pois a equipe estava claramente desmotivada durante o Brasileirão. Todos (no mundo) querem ver Neymar dar o seu máximo. Este Mundial é uma ocasião especial. Quem gosta de futebol iria buscar ver o jogo independentemente do time pelo qual torça. Sobre o público feminino, é bom lembrar que os meninos da Vila também encantam garotas, que gritam por Neymar. Além do que, nesta época do ano, a maioria dos estudantes — do Ensino Infantil ao Universitário — está de férias.
Indo para a questão comercial, este é um bom momento para fortalecer a marca Neymar. Faz-se isso fortalecendo o ídolo esportivo que ele é. E tanto mais ele será ídolo quanto for visto mostrando todo o seu potencial. Dessa forma, pode gerar acordos mais vantajosos de patrocínio. Os patrocínios são importantes não só para os clubes, como também para os veículos de comunicação, que vendem cotas a anunciantes e com elas pagam por campeonatos, por isso é fundamental manter os seus astros em evidência. A Rede Globo detém dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores da América, três competições que o Santos disputa.
Se o Santos perdesse do Kashiwa, o público que durante meses viu matérias no Globo Esporte falando do Mundial iria deixar de ver o único jogo do time de Neymar porque a Globo não quis mexer em Ana Maria Braga. Programas que têm em comum apenas o penteado do protagonista.

O futebol é o esporte mais popular do Brasil e tem alguns jogos que não se pode assistir. Já o MMA (mixed martial arts, ou artes marciais mistas), esporte emergente, acaba de entrar na programação da tevê aberta. Está bem para a emissora de televisão estimular o consumo de um esporte emergente. Também deveria ser visto como adequado dar ao público o que o público quer, em vez de tanger o telespectador a consumir a informação em outras mídias. A Rede Globo ganharia mais com a exposição de Neymar. E os amantes do futebol — que neste blog são o mais importante — também.
Em tempo, na Argentina, a TV estatal comprou os direitos do futebol nacional e transmite praticamente todos os jogos. A televisão está quase sempre passando alguma partida. O nome do projeto é "Fútbol para todos". Por lá, a medida foi vista como de caráter populista e como parte de uma briga do Estado contra o grupo que controlava a emissora que transmitia as partidas. Não penso que essa fórmula é melhor que a outra. Privado, como está no Brasil, o negócio do televisionamento está rendendo bons frutos para os clubes, que estão chegando a um patamar de receitas muito alto, em breve comparável com grandes ligas da Europa. Mas não é porque se paga bem que se deve atrapalhar o consumo, jogar contra o torcedor.
fonte: jc3
Postado por
BREJINHOS
às
14.12.11
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
esporte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário